José Francisco Borges Paulo, nasceu a 20 de dezembro de 1935, no município de Bezerros, Pernambuco, onde deu início a sua vida artística e onde reside até hoje, escrevendo, ilustrando e publicando os seus folhetos.

Aos 8 anos, Francisco Borges já trabalhava na terra com o pai. Aos dez, já fabricava e vendia na feira colheres de pau. Foi oleiro, confeccionou brinquedos artesanais e vendeu livros de cordel. Ele é um dos Patrimônios Vivos de Pernambuco.

Morou cerca de 15 anos nos municípios de Escada e Ribeirão, na Zona da Mata de Pernambuco.

Aos 21 anos, José resolveu que iria escrever cordel. Foi quando fez " O Encontro de Dois Vaqueiros no Sertão de Petrolina ", que foi xilogravada por Mestre Dila, que vendeu mais de cinco mil exemplares em dois meses.

Como não tinha dinheiro para bancar um ilustrador, J. Borges resolveu fazer ele mesmo: começou a entalhar na madeira a fachada da igreja de Bezerros, que usou em O Verdadeiro Aviso de Frei Damião. Desde então, começou a fazer matrizes por encomenda e também para ilustrar os mais de 200 cordéis que lançou ao longo da vida.

Descoberto por colecionadores e marchands, viu seu trabalho ser levado aos meios acadêmicos do país. Na década de 1970, José Borges desenhou a capa de " As Palavras Andantes " , de Eduardo Galeano e gravuras suas foram usadas na abertura da Telenovela Roque Santeiro, da Rede Globo. Nessa época, começou a gravar matrizes dissociadas dos cordéis, de maior tamanho. Isso permitiu expor no exterior: em 1992, na Galeria Stähli, em Zurique, e no Museu de Arte Popular de Santa Fé, na cidade de Novo México. Depois, novas exposições, na Europa e nos Estados Unidos.

Foi convidado e deu aulas na Europa e nos EUA de Xilogravura e entalhamento em madeira.

J. Borges foi condecorado com a comenda da Ordem do Mérito pelo presidente Fernando Henrique Cardoso, recebeu o prêmio UNESCO na categoria Ação Educativa/Cultural. Em 2002, foi um dos treze artistas escolhidos para ilustrar o calendário anual das Nações Unidas. Sua xilogravura A Vida na Floresta abre o ano no calendário. Em 2006, foi tema de reportagem no The New York Times. O escritor Ariano Suassuna o considerava o melhor gravador popular do Nordeste.

Suas xilogravuras são impressas em grande quantidade, em diversos tamanhos, e vendidas a intelectuais, artistas e colecionadores de arte. Dono de uma técnica própria de colorir as imagens, atende pedidos para representar cotidiano do pobre, o cangaço, o amor, os castigos do céu, os mistérios, os milagres, crimes e corrupção, os folguedos populares, a religiosidade, a picardia, sempre ligados ao povo nordestino.

Em sua cidade natal, foi inaugurado o Memorial J. Borges, com exposição de parte de sua obra e objetos pessoais.

Em janeiro de 2022 foi aberta a exposição "J. Borges – O Mestre da Xilogravura", no Museu de Arte do Rio, com uma coletânea de 40 xilogravuras, sendo 10 obras inéditas, 10 matrizes inéditas e as 20 obras mais importantes da sua carreira, com temas que retratam a trajetória de vida do artista.

É um dos Patrimônios Vivos de Pernambuco.

O artista, em celebração aos 20 anos do Programa Amigo de Valor, que desde 2002 vem apoiando projetos sociais voltados para a garantia de direitos da infância e da adolescência, criou 3 obras exclusivas para o projeto.

Nesse período, oferecemos a 531 projetos sociais o suporte financeiro e a capacitação técnica necessários para a consolidação de avanços em políticas públicas para a infância e adolescência em municípios de todo o Brasil. No total, mais de 1 milhão de crianças foram diretamente beneficiadas.

Para conhecer as obras do artista, no Programa Amigo de Valor CLIQUE AQUI!